Wiki Catolica
Advertisement
As origens apócrifas do cristianismo
Apresentação
1 Abrindo as portas das origens
2 O Evangelho de Maria Madalena
MM 7,1-10: a matéria MM 7,11-28: o pecado
MM 8,1-10: harmonia MM 8,11-24: bem-aventurado
MM 9,1-20: o beijo MM 10,1-25: o tesouro
MM 15,1-25; os climas MM 17,1-20: a preferida
MM 18,1-21: Meu irmão Pedro MM 19,1-3: anunciar o evangelho
3 O Evangelho de Tomé
Texto, datação e autoria Gênero Literário e conteúdo
Personagens Evangelho de Tomé e o de João
A não-dualidade O Reino do Pai
Evangelho de Tomé e os sinóticos Tomé e Maria Madalena
4 A outra Maria, mãe de Jesus, segundo os apócrifos
Os pais de Maria A infância de Maria Maria deixa o Templo
Maria em Nazaré A caminho Entre Belém, Egito e Nazaré
A morte de Jesus O anúncio da morte O dia em que Maria morreu
A procissão Maria no túmulo Resumo
5 A história de José nos evangelhos apócrifos
6 A infância de Jesus nos apócrifos
7 Conclusão
8 Bibliografia básica para o estudo dos apócrifos

Conclusão[]

  1. Os Padres eram cientes dos valores teológicos dos gnósticos. Clemente de Alexandria afirmou que é dom de Deus compreender os Evangelhos apócrifos.
  2. Os gnósticos recusavam reconhecer a cabeça de Pedro como chefe da Igreja. Eles não queriam fazer parte da hierarquia eclesiástica porque essa estava ligada a interesses políticos. O gnosticismo nos seus três séculos de existência iluminou todo o Mediterrâneo de então. Por ser uma religião reservada aos eleitos, foi combatida pelos Padres da Igreja.
  3. Os evangelhos canônicos são ainda pouco conhecidos pelas nossas comunidades. Esses, pela beleza literária, histórica e incontestável inspiração, continuam como obras fidedignas de nossa fé. No entanto, os evangelhos apócrifos de Maria Madalena, Tomé e tantos outros tem segredos da história do cristianismo que complementam as informações conservadas nos evangelhos canônicos, reforçando a nossa fé. resgatar esses textos é colocar-se em diálogo com essas preciosidades de nossas origens, mesmo que elas tenham sido influenciadas por correntes de pensamento consideradas naquele então como heréticas. Esses outros modos de pensar revelam a riqueza e a diversidade de expressão do movimento de Jesus, o que hoje nos inspira uma atitude cristã ecumênica.
  4. As parábolas conservadas pela comunidade de Tomé nos ajudam a ver Jesus mais próximo da vida do povo agricultor e explorado pelo império romano. Essa face de Jesus, também conservada pelos evangelhos canônicos, nos fortalece na luta pela terra. As façanhas de Jesus menino devem ser lidas com carinho. Jesus com certeza era um manino travesso. Não são assim as crianças? O uso de seu poder para fazer o mal, narrado pelos apócrifos, deve ser entendido como um modo encontrado pelas comunidades para reafirmar a sua divindade. E nada mais do que isso!
  5. Os apócrifos nos contam a história de Maria Madalena, mulher, discípula e apóstola de Jesus. Muito te a contribuir esse evangelho com a leitura de gênero. O masculino e o feminino que mora dentro de cada um de nós é convocado a viver de modo integrado. Sem direito ao estudo, as mulheres, no tempo de Jesus, eram consideradas seres humanos de segunda categoria. Jesus, por isso, esteve muito próximo a elas. Maria Madalena foi uma dessas mulheres companheira, amada, discípula do Mestre, Jesus. O seu grande pecado foi o de saber demais. A interpretação errônea dos textos que falam dela nos evangelhos canônicos, fez dessa mulher uma prostituta, o que representou historicamente uma subestimação do valor da mulher enquanto liderança apostólica. Bem entendido, o relacionamento amoroso de Jesus e Maria Madalena, nos ajuda a libertar das amarras teológicas e culturais que nos impedem de assumir o nosso corpo. Como nos ensinou o evangelhos de Maria Madalena, tornemo-nos seres humanos na sua inteireza, masculino e feminino integrados. Assim é Jesus no testemunho da comunidade de Maria Madalena: humano, próximo e livre para amar sem distinção. Maria Madalena entende que não é preciso reter Jesus fisicamente, por que ele já mora dentro dela. Ela está preparada para anunciar os ensinamentos do mestre. Ide e anunciai o evangelho de Maria Madalena!
  6. Maria, mãe de Jesus, nos apócrifos, é qual uma outra Maria Madalena: discípula, mestra e apóstola. Ela vai ao túmulo a procura de seu filho e recebe dele o encargo de anunciar aos discípulos que eles o veriam na Galileia. Maria reúne os apóstolos. Ela é mãe que permaneceu virgem para sempre. A sua pureza a colocou mais perto de Deus. Não importa se os evangelhos canônicos afirmam que Maria Madalena foi ao túmulo e conversou com Jesus. Ambas são Marias, uma Guardiã da fé e a outra a mãe do Salvador.
  7. Os evangelhos canônicos são coletâneas da sabedoria popular acumulada, sejam elas fantasiosas ou não. Elas foram ouvidas, transmitidas e escritas por uma pessoa ou comunidade. É claro que os apócrifos tem histórias que não poderiam corresponder a verdade. Mas não são esses os vários modos de escutar uma Única Palavra, Jesus-Torá que se encarnou no meio de nós? Claro que sim. E viva a diversidade! Ademais, a história sobre Jesus nos evangelhos canônicos não é toda a história. Muita coisa ficou de fora. Por isso, em tempos de diálogo, quanto mais confiamos no potencial do saber popular, proporcionando-lhe informações seguras, mais contribuímos para o seu discernimento e amadurecimento na fé e, consequentemente, sua libertação. As nossas comunidades, devidamente preparadas, devem ter acesso a esses textos testemunhos de fé de nossos pais e mães da fé. A origem apócrifa do cristianismo é um caminho novo que se abre. Novas luzes estão por vir.
Advertisement